Uma viagem nostálgica ao amor da adolescência e as marcas que ele deixou .
Minha primeira paixão, não sei o motivo, mas hoje me peguei pensando em você de novo. Faz tanto tempo, mais de duas décadas, e ainda assim, quando sua imagem invade minha mente, é como se fosse ontem. O que tivemos foi breve, três meses que passaram como um sopro, mas que até hoje são, sem dúvida, os momentos mais felizes que já vivi.
Minha primeira paixão, lembro-me daquela festa na escola. Eu estava com os amigos, tentando disfarçar o nervosismo, quando você entrou. Sua presença mudou tudo, como se o mundo ao meu redor tivesse ganhado cor e música. Meu coração disparou de uma forma que só acontece uma vez na vida. Não sei se foi seu sorriso, seu jeito de ajeitar o cabelo, ou simplesmente o fato de você estar ali.
Nós nos apaixonamos rápido, como só adolescentes conseguem. Eram conversas sem fim, risadas que faziam o mundo parecer pequeno e simples. Foi mágico. Mas, como tudo que é intenso demais, não durou. O término foi difícil, traumático até. Não sei exatamente por que acabou, talvez porque éramos jovens demais para entender como cuidar de algo tão especial.
Depois disso, a vida seguiu seu curso. A paixão se casou, teve filhos. Mora em uma cidade próxima mas nunca mais nos encontramos. Nem nas redes sociais consigo encontrar você. Às vezes, me pego imaginando como você está agora. Será que ainda sorri do mesmo jeito? Será que lembra de mim?
Não vou mentir: tenho vontade de ir até lá, bater na sua porta, só para descobrir como seria rever você. Não porque ainda sou apaixonado, mas por pura curiosidade, uma necessidade quase inexplicável de encerrar aquele capítulo que ficou aberto na minha vida.
Penso em como seria olhar nos seus olhos de novo, agora com a maturidade de quem viveu 40 anos, com cicatrizes e histórias que moldaram quem somos. Será que você também pensa naquele tempo? Será que sente falta das risadas, das promessas que nunca cumprimos?
Talvez eu nunca tenha coragem de ir. Talvez seja melhor deixar as lembranças como estão, perfeitas e intocáveis. Mas, às vezes, me pergunto se a mágica daquele primeiro amor ainda está lá, adormecida em algum lugar.